Seguramente já ouviu falar na Economia Circular, mas podem ser aplicados principios da economia circular no sector dos vinhos? Conheça como a economia circular pode ser aplicada no setor de enchimento de vinhos e contribuir para um futuro mais sustentável. Leia mais para saber como esta filosofia empresarial pode ser aplicada à sua empresa. IndíceO Que é a Economia Circular?A economia circular é um conceito que tem ganhado cada vez mais atenção nos últimos anos, especialmente no setor de vinhos. Isso se deve à sua capacidade de reduzir o desperdício e promover o desenvolvimento sustentável. No setor de enchimento de vinhos, a economia circular é fundamental para garantir a eficiência dos processos, a redução dos custos e a preservação do meio ambiente. Isso é conseguido através de práticas como a reutilização de embalagens e garrafas, a recuperação de resíduos e a maximização do uso de recursos naturais. Isto já esta a acontecer em Portugal. Como se Aplica a Economia Circular ao Sector dos Vinhos?ReutilizaçãoA reutilização de garrafas e embalagens é uma das principais formas de se alcançar a economia circular no setor de enchimento de vinhos. Isso permite que sejam utilizadas várias vezes antes de serem descartadas, o que reduz a necessidade de produzir novas embalagens e, consequentemente, diminui o impacto ambiental. RecuperaçãoAlém disso, a reutilização de garrafas e embalagens também pode levar a economias significativas, já que é mais barato reutilizar do que produzir novos recipientes. Outra forma de se alcançar a economia circular no setor de enchimento de vinhos é através da recuperação de resíduos. Isso inclui a separação e recolha para posterior tratamento de resíduos. Dois exemplos concretos: Os residuos gerados no incio das linhas de enchimento, em particular os resíduos provenientes das paletes de garrafas (separadores de cartão e filme wraparound), podem ser facilmente colocados em compacatadores pouco despendiosos que reduzem o volume do material descartado e traduzem-se directamente em 3 grandes beneficios: 1 - espaço operacional mais limpo. 2 - menos viagems ao local de descarga de residuos. 3 - possibilidade de valorização directa do material junto à empresa de recolha. Os residuos gerados na produção de vinhos, como as cascas de uvas e as sobras de fermentação podem ser transformados em compostos orgânicos e utilizados como adubo, o que reduz a necessidade de se utilizar fertilizantes químicos e diminui o impacto ambiental. Outros residuos agricolas podem ser usados na produção de energia no local. Por exemplo, queima de biomassa para a produção de calor para regular a tempratura de fermentação. PrevençãoNo entanto, talvez a forma mais fácil de implementar tácticas de Economia Circular no sector dos vinhos, será a manutenção preventiva de forma a assegurar o melhor funcionamento e eficacia dos equipamentos, durante o maior prazo temporal. Os benefícios são claros: consumos reduzidos, produção estável e previsivel e maior durabiliadade das máquinas. Maximisação dos RecursosA maximização do uso de recursos naturais é outra forma de se alcançar a economia circular no setor de enchimento de vinhos. Isso inclui a implementação de práticas de agricultura sustentável, como o uso de técnicas de conservação de solo e a redução do uso de pesticidas e herbicidas. A maximização do uso de recursos naturais também inclui a implementação de práticas de eficiência energética, como o uso de fontes de energia renováveis e a redução do uso de energia - e tambem a redução de perdas de produto, via quebras de garrafas ou derrames de enchimento. Da Teoria à PráticaEconomia circular é uma abordagem crucial para garantir a sustentabilidade do setor de enchimento de vinhos. Com a reutilização de embalagens e garrafas, a recuperação de resíduos e a maximização do uso de recursos naturais, é possível reduzir o impacto ambiental e aumentar a eficiência dos processos. Isto é possível com a otimização dos recursos actuais, que não só reduza a pegada ambiental com apresenta custos de implementação muito mais reduzidos. Esta táctica pode abranger a redução de desperdicio, nomeadamente consumo de energia - por exemplo ar comprimido ou electricidade, ou simplemente reduzir quebras e perdas de produto através da manutenção preventiva. Outra forma de assegurar a sustentabilidade é comecar do zero com linhas concebidas para o efeito, e com recurso às ultimas tecnologias de gestão e automação. Claramente está opção é mais despendiosa e terá de ser ponderada agundo de uma revisão geral do negocio. Esta táctica pode abranger por exemplo: a utilização de energias renovaveis de forma integrada, ou a utilização de embalagens 100% recicladas e reciclaveis. É importante que os produtores e empresas do setor de enchimento de vinhos adotem práticas de economia circular, para garantir um futuro sustentável para a economia, a indústria e para o planeta.
Estudo descobre que mudar os sistemas de treliça pode proteger as uvas para vinho do calor excessivo causado pelo cambio climático, e preservar a qualidade.
Expor as uvas para vinho à luz do sol era a chave para fazer um cabernet de boa qualidade. Mas mesmo as uvas mais duras podem não suportar o calor extremo que vem com as mudanças climáticas. Muito calor, como a Califórnia experimentou com as recentes ondas de calor, pode levar a vinho que são demasiado ricos em álcool e açúcar, e sem acidez. Pesquisadores da Universidade da Califórnia, Davis, passaram os últimos seis anos tentando encontrar maneiras de resolver esse problema examinando diferentes tipos de treliças de videiras e quantidades de água. Um novo estudo descobriu que a mudança de um dos sistemas de treliça mais comuns e amplamente utilizados pode aliviar os efeitos de temperaturas extremas em uvas cabernet e em outras variedades. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Plant Science. As treliças em posição vertical de tiro, ou VSP, são sistemas tradicionalmente usados onde os brotos de videira são treinados para crescer em linhas verticais e estreitas com a fruta crescendo mais abaixo do solo, permitindo maior exposição à luz solar. O estudo demonstrou que esses sistemas podem ser prejudiciais às uvas em situações de temperaturas mais elevadas. Durante as ondas de calor, os sistemas de treliça VSP não fornecem proteção contra a radiação solar porque a fruta está próxima ao solo e o calor reflete do solo para o dossel e os cachos. As treliças VSP têm uma chance maior de produzir menos uvas, com maior probabilidade de bagas queimadas pelo sol e má cor. Proteger as uvas do calorO estudo descobriu que os sistemas de treliças de arame alto permitem que as folhas das videiras sombrem as uvas. Essas treliças, que têm cerca de 1,5 metro de altura, também reduzem a radiação solar direta. A luz solar reduzida não afeta a cor ou a qualidade das uvas. O estudo mostrou quase o dobro da quantidade de antocianinas, que são substâncias químicas da planta que dão cor às uvas vermelhas e protegem contra os raios UV. O efeito é semelhante ao pano de sombra, mas mais econômico. O estudo, que examinou seis tipos diferentes de sistemas de treliças e três diferentes quantidades de irrigação, também descobriu que as treliças VSP exigiam mais água. Também descobriu que os produtores obtêm um rendimento mais comercializável pela quantidade de água que teriam que aplicar com os sistemas de treliça de arame alto. Os produtores podem mudar facilmente para esses sistemas de treliça de arame alto sem precisar replantar um vinhedo inteiro. A conversão pode levar cerca de 18 meses. Pode ler o artigo original em Inglês aqui.
Um clima mais quente significa que as uvas atingem a maturidade mais rapidamente. Para alguns viticultores, a mudança climática parece ser uma coisa positiva, mas por outro lado, podem estar bastante enganados. Pesquisadores no estado central alemão de Hessen estão a trabalhar para descobrir como o cambio climatico afeta as videiras.
Numa grande vinha de teste ao ar livre, os pesquisadores da Universidade de Geisenheim bombardeam vinhas com níveis de dióxido de carbono (CO2) artificialmente elevados. O gás é pulverizado através de pequenos jactos montados em anéis circulares suspensos por cima das vinhas e, em seguida, é espalhado de maneira uniforme através do ar com a ajuda de ventiladores. A universidade, conhecido em todo o país como um centro de pesquisa para a vitivinicultura, tem durante o ano passado estudado os possíveis efeitos das alterações climáticas na vinha. A pergunta central é como o aumento dos níveis de CO2 poderá afetar as plantas. Mais CO2No laboratório, a mistura ar recebe uma maior concentração, de 20% de CO2, a fim de simular as condições que vinha terão de enfrentar no futuro. "Queremos saber como o vinho vai saber daqui a 35 anos”, diz Claudia Kamman, coordenador do projeto. Nessa altura, o volume de dióxido de carbono poderá ser tão elevada como 480-500 partes por milhão (ppm). Os atuais níveis de CO2 estão em torno de 400 ppm. Para efeitos de comparação, na época em que humanidade evoluiu para a agricultura, o nível de CO2 era de 280 ppm. Especialistas agora concordam que gases de efeito estufa - juntamente com CO2, existe também o óxido nitroso e o metano - estão a causar o aquecimento global. Este facto mudou drasticamente as condições para a vitícultura durante as últimas décadas. Na região de Rheingau, na Alemanha, isso significa que o crescimento foi mais rápido e a vendima realizou-se muito mais cedo do que no passado. O peso da polpa das uvas - um indicador importante da sua maturação - aumentou significativamente. Agora, algumas regiões vitícolas da Alemanha são capazes de cultivar Cabernet Sauvignon e Merlot, que vêm históricamente da região do Mediterrâneo. Alteração de NutrientesAté agora, pouca atenção tem sido dada aos efeitos diretos de CO2 em videiras. O projecto Face2Face (Free Air Carbon Dioxide Enrichment) financiado pelo estado de Hessen está agora a estudar se o aumento dos níveis de CO2 está a mudar o crescimento, rendimento e qualidade de videiras, ou possivelmente levando a uma maior ameaça de pragas. Os investigadores postulam uma série de hipóteses antes de empreender a sua pesquisa. Uma idéia é que o CO2 adicional realmente ajuda as videiras a produzir mais biomassa por meio da fotossíntese. Não é por acaso que o tomate cultivado em estufa é fertilizados com o mesmo gás. Mas, por outro lado, o CO2 pode estar a alterar a concentração de nutrientes nas videiras. A coordenadora do projeto, Claudia Kammann aponta para os níveis de nitrogênio que muitas vezes decrescem. Por essa razão, amostras da produtividade, biomassa vegetal e celulose estão a ser colhidas e analisadas nos campos de testes ao ar livre. Ao mesmo tempo, as videiras estão a ser estudadas para auferir como reagem a tais pragas como a traça videira. Cambios ClimáticosAs vinhas crescem em seis linhas circulares. Três dos anéis dispersam elevados níveis de gases CO2 e os outros três aneis, como um grupo de controle, debitam o nível normal. Sob os anéis estão plantadas vinhas Riesling e Cabernet Sauvignon. No final, 12 vinhos diferentes serão produzidos para análise, num total de cerca de 20 litros por anel. As recentes temperaturas médias anuais mais elevados na região de vinicola de Rheingau já começam a adiantar a colheita do Riesling, a meados de Setembro. O peso de polpa mais elevada leva algumas pessoas a acreditar que viticultores podem ser os grandes vencedores no cenário de mudanças climáticas. Mas isso poderia ser a conclusão errada. Porque os verões não são apenas mais quentes, mas também mais secos, com o de 2015 sendo um excelente exemplo. Vinhos DiferentesEste aumento de aridez significa stress adicional para as videiras, algo que pode ter efeitos prejudiciais, tanto de forma quantitativa como qualitativa. Se o Riesling é privado de água, com noites frias de seguida, podem perder-se os ácidos vitais da uva. Além disso, a maturação rápida das videiras faz a uva Riesling, para o qual região de Rheingau é famosa, mais vulneráveis ao ataque de fungos. A Associação de Rheingau Winegrowers diz que viticultores devem agora realizar mais rapidamente a vindima, do que antes por medo da podridão botrytis. "Nós simplesmente não sabemos o suficiente sobre como a mudança climática está a afectar as vinhas", diz Kammann. Uma coisa é certa, porém: dentro de algumas décadas, o vinho vai ter um gosto diferente. Fonte: Thomas Maier, dpa As caves de vinho alimentadas pela gravidade estão a tornar-se mais comuns neste mercado e hoje em dia, o fluxo de gravidade é um novo tema de discussão entre as fileiras de enólogos em todo o mundo. Ao contrário do que possa supor, as caves alimentadas pela gravidade não são nada de novo. Técnica tradicional utilizada para criar vinho à mão, o processo existe desde o século XIX e é particularmente notado na história da indústria vitivinícola na Austrália, onde está em uso desde aproximadamente 1800. No que diz respeito à vinicultura contemporânea, de facto, temos feito um círculo completo, com as vinícolas modernas a reverterem para este processo testado no tempo é para produzir os melhores resultados para o futuro. A primeira adega sul-africana a fazer uso de uma adega alimentada pela gravidade é a Cave Privada De Toren em Stellenbosch. Localizado nas colinas polkadraai viradas para o mar, De Toren foi estabelecido em 1994 e todos os vinhos meticulosamente artesanais da propriedade foram feitos usando o método alimentado pela gravidade. A torre de assinatura da adega ("De Toren" significa "a torre") no topo da adega é emblemática e altamente funcional – abriga os vários níveis necessários para os mecanismos alimentados pela gravidade. Como funciona é relativamente simples. A Autoridade Vitivinícola Global Wine Spectator explica o processo da seguinte forma: "Alimentado por gravidade, ou Fluxo de Gravidade, refere-se a um sistema de operações de adega que usa a gravidade para mover o vinho através de várias fases de produção. Os termos não são regulados, mas tipicamente uma adega alimentada pela gravidade é construída em pelo menos dois níveis ou pisos diferentes, talvez numa encosta. Se toda a adega estiver num único piso, sempre que o vinho é transferido entre tanques, barris, trituradores ou prensas, tem de ser movido com bombas ou qualquer outro mecanismo. Um processo alimentado pela gravidade permite que a gravidade faça todo o trabalho, que é mais eficiente em termos energéticos também. Mover o vinho "downhill", por assim dizer, também é tipicamente um processo mais suave, e quanto mais força for necessária para mover o vinho de um lugar para outro, maior é a probabilidade de o vinho se tornar excessivamente tânico, sobre-extraído ou oxidado. Há diferentes desenhos para uma adega alimentada pela gravidade, mas a maneira mais fácil de imaginar é imaginar as uvas que vêm da colheita no piso superior e depois viajar para baixo, puxadas pela gravidade, à medida que o vinho vai do esmagamento à fermentação ao envelhecimento e engarrafamento."
A indústria vitivinícola global – que, segundo a Statista, estava avaliada em 354,7 mil milhões de dólares em 2018 e prevê-se que cresça 21% até 2023 para ser avaliada em mais de 429 mil milhões de dólares americanos – não se coíbe de utilizar o poder da gravidade para aumentar a sua produção. A missão ambiciosa de De Toren, embora não seja uma missão espacial a Marte em si, é fazer alguns dos melhores vinhos do mundo. Sua adega alimentada por gravidade é uma das chaves para a propriedade continuamente alcançando resultados estelares em competições vitivinícolas globais. Está também em consonância com a abordagem orgânica e artesanal certificada da propriedade. Processos mais suaves e energeticamente eficientes fazem com que vinhos finos e colecionáveis pisem levemente na terra. Diz o mestre da adega de De Toren, Charles Williams: "Aqui em De Toren, focamo-nos em tentar criar os vinhos mais luxuosos do mundo. Tudo é feito com muito cuidado à mão, desde a manicuring individual das vinhas, à apanha das uvas, à triagem, à fermentação, à maturação do vinho... A razão pela qual usamos uma adega alimentada pela gravidade é porque esta forma mais suave de fazer vinho preserva seus sabores e aromas. Pretendemos uma intervenção mínima com o máximo impacto alavancando as forças que nos são dadas pelo universo." E quem sabe, um dia, talvez os vinhos de De Toren, globalmente classificados, alimentados pela gravidade, sejam os primeiros a ser bebidos em Marte. Da preocupação com o futuro sustentável do negócio vitivinícola, surgiu o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA). Desenvolvido pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), em parceria com a Universidade de Évora, o projecto busca proteger e valorizar o Alentejo por meio de práticas sustentáveis. Em suma, a ideia é fortalecer a protecção ambiental e garantir a longevidade das vinhas e adegas. Pioneiro em Portugal, o Plano de Sustentabilidade indica ferramentas para aumentar a sustentabilidade nas vinícolas. O programa vai avaliar, em vinhas e adegas, como são desenvolvidas as actividades e oferecer recomendações para aumentar a competitividade e o crescimento sustentável, como economia de água e gestão de resíduos. Segundo o presidente da CVRA, o engenheiro Francisco Mateus, o Plano de Sustentabilidade é uma forma de garantir, num só projecto, o futuro dos Vinhos do Alentejo e o equilíbrio com a fauna e a flora da região. Em 2015, o Programa Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo tinha apenas 12% dos produtores do Alentejo, hoje são cerca de 40%. Para diminuir a quantidade de pesticidas químicos nas vinhas, o Plano de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo sugere substituir essas substâncias sintéticas por insectos auxiliares da vinha, ou animais predadores de pragas, como aves de rapina, ou morcegos. Dentro dessas mudanças, são estabelecidas novas técnicas, que prometem deixar a produção mais resistente e ecológica. Dentro do Plano, até mesmo as embalagens podem passar por adaptações. Por exemplo, o peso das garrafas de vidro pode ser reduzido, assim como o tamanho das rolhas. Além disso, caixas, rótulos e outras embalagens podem usar menos tinta ou serem feitas de produtos reciclados. Apesar de trazer mudanças significativas, o plano da CVRA não interfere na qualidade dos vinhos. Ao contrário, algumas dessas práticas sustentáveis podem até melhorar a qualidade das uvas.
Por exemplo, ao promover o uso controlado de herbicidas, pesticidas e fertilizantes, o projeto reduz a carga poluente no solo e, consequentemente, na fruta e no vinho. Em 2015, o Programa Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo tinha apenas 12% dos produtores do Alentejo, hoje são cerca de 40%. De acordo com Francisco Mateus, a prioridade do plano era justamente aumentar a eficiência e reduzir o consumo de recursos naturais, mantendo sempre o foco na qualidade única da bebida. Leia o artigo completo aqui. |
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