Em pleno panorama de crescentes preocupações ambientais, a sustentabilidade tornou-se imperativa para adegas de todas as dimensões. Não se trata apenas de uma tendência de mercado, mas de um fator crítico de sucesso no cenário atual. A busca por produtos com menor impacto ambiental é uma realidade consolidada entre os consumidores, exigindo do setor vitivinícola uma adaptação proativa e estratégica. A presente publicação apresenta um conjunto de soluções simples e tangíveis para adegas que ambicionam reduzir a sua pegada de carbono em 2024. Implementadas eficazmente, estas medidas contribuem não apenas para a preservação ambiental, mas também para a otimização de custos e o reforço da competitividade das empresas. Índice7 Estratégias de Sustentabilidade para Adegas:1 Transição Energética:A adoção de painéis solares como fonte primária de energia elétrica representa uma mudança estrutural, diminuindo drasticamente a dependência de combustíveis fósseis. A valorização da luz natural através de projetos arquitetónicos sustentáveis e a incorporação de luminárias LED de baixo consumo constituem medidas complementares de impacto significativo. 2 Gestão Eficiente da Água:Implementar sistemas de irrigação de precisão, como o gotejamento, e promover a reutilização de águas pluviais são iniciativas fundamentais para a minimização do consumo hídrico. Adicionalmente, a detecção e reparo imediato de fugas contribuem para uma gestão responsável e economicamente vantajosa. 3 Otimização Logística:Privilegiar fornecedores locais e reduzir o transporte desnecessário de uvas e produtos acabados resulta em diminuição das emissões de gases com efeito de estufa. Sempre que o transporte for imprescindível, a escolha de veículos eficientes e a priorização do transporte optimizado são escolhas estratégicas a considerar. 4 Gestão de Resíduos:A implementação da filosofia "Reduzir, Reutilizar, Reciclar" é fundamental. A minimização de embalagens, a utilização de materiais sustentáveis e a implementação de programas de compostagem para resíduos orgânicos demonstram um compromisso efetivo com a diminuição do impacto ambiental. 5 Viticultura Sustentável:Empregar práticas de agricultura orgânica, como a minimização do uso de pesticidas e herbicidas, e a plantação de culturas de cobertura contribuem para a preservação do solo, o aumento da biodiversidade e a redução da dependência de insumos químicos. 6 Cultura Corporativa Sustentável:Integrar a sustentabilidade como um valor central da adega é essencial para o sucesso a longo prazo. Investir em programas de formação e sensibilização da equipa, promovendo a adoção de práticas sustentáveis no dia-a-dia, é fundamental para garantir a adesão e o engajamento de todos os colaboradores. 7 Transparência e Comunicação:Comunicar as iniciativas de sustentabilidade implementadas pela adega é essencial para construir confiança e credibilidade junto aos consumidores, stakeholders e potenciais parceiros. A criação de rótulos informativos, a participação em feiras e eventos de sustentabilidade e a colaboração com outras adegas em iniciativas conjuntas demonstram o compromisso genuíno com a causa ambiental. Da Teoria à PráticaA implementação dessas estratégias, de forma isolada ou combinada, permite às adegas portuguesas não apenas reduzir a sua pegada de carbono e cumprir com as crescentes exigências regulamentares, mas também valorizar a sua marca, fidelizar os consumidores e criar um diferencial competitivo no mercado. Ao abraçar a sustentabilidade, o setor vitivinícola português caminha rumo a um futuro próspero e ambientalmente responsável.
Um clima mais quente significa que as uvas atingem a maturidade mais rapidamente. Para alguns viticultores, a mudança climática parece ser uma coisa positiva, mas por outro lado, podem estar bastante enganados. Pesquisadores no estado central alemão de Hessen estão a trabalhar para descobrir como o cambio climatico afeta as videiras.
Numa grande vinha de teste ao ar livre, os pesquisadores da Universidade de Geisenheim bombardeam vinhas com níveis de dióxido de carbono (CO2) artificialmente elevados. O gás é pulverizado através de pequenos jactos montados em anéis circulares suspensos por cima das vinhas e, em seguida, é espalhado de maneira uniforme através do ar com a ajuda de ventiladores. A universidade, conhecido em todo o país como um centro de pesquisa para a vitivinicultura, tem durante o ano passado estudado os possíveis efeitos das alterações climáticas na vinha. A pergunta central é como o aumento dos níveis de CO2 poderá afetar as plantas. Mais CO2No laboratório, a mistura ar recebe uma maior concentração, de 20% de CO2, a fim de simular as condições que vinha terão de enfrentar no futuro. "Queremos saber como o vinho vai saber daqui a 35 anos”, diz Claudia Kamman, coordenador do projeto. Nessa altura, o volume de dióxido de carbono poderá ser tão elevada como 480-500 partes por milhão (ppm). Os atuais níveis de CO2 estão em torno de 400 ppm. Para efeitos de comparação, na época em que humanidade evoluiu para a agricultura, o nível de CO2 era de 280 ppm. Especialistas agora concordam que gases de efeito estufa - juntamente com CO2, existe também o óxido nitroso e o metano - estão a causar o aquecimento global. Este facto mudou drasticamente as condições para a vitícultura durante as últimas décadas. Na região de Rheingau, na Alemanha, isso significa que o crescimento foi mais rápido e a vendima realizou-se muito mais cedo do que no passado. O peso da polpa das uvas - um indicador importante da sua maturação - aumentou significativamente. Agora, algumas regiões vitícolas da Alemanha são capazes de cultivar Cabernet Sauvignon e Merlot, que vêm históricamente da região do Mediterrâneo. Alteração de NutrientesAté agora, pouca atenção tem sido dada aos efeitos diretos de CO2 em videiras. O projecto Face2Face (Free Air Carbon Dioxide Enrichment) financiado pelo estado de Hessen está agora a estudar se o aumento dos níveis de CO2 está a mudar o crescimento, rendimento e qualidade de videiras, ou possivelmente levando a uma maior ameaça de pragas. Os investigadores postulam uma série de hipóteses antes de empreender a sua pesquisa. Uma idéia é que o CO2 adicional realmente ajuda as videiras a produzir mais biomassa por meio da fotossíntese. Não é por acaso que o tomate cultivado em estufa é fertilizados com o mesmo gás. Mas, por outro lado, o CO2 pode estar a alterar a concentração de nutrientes nas videiras. A coordenadora do projeto, Claudia Kammann aponta para os níveis de nitrogênio que muitas vezes decrescem. Por essa razão, amostras da produtividade, biomassa vegetal e celulose estão a ser colhidas e analisadas nos campos de testes ao ar livre. Ao mesmo tempo, as videiras estão a ser estudadas para auferir como reagem a tais pragas como a traça videira. Cambios ClimáticosAs vinhas crescem em seis linhas circulares. Três dos anéis dispersam elevados níveis de gases CO2 e os outros três aneis, como um grupo de controle, debitam o nível normal. Sob os anéis estão plantadas vinhas Riesling e Cabernet Sauvignon. No final, 12 vinhos diferentes serão produzidos para análise, num total de cerca de 20 litros por anel. As recentes temperaturas médias anuais mais elevados na região de vinicola de Rheingau já começam a adiantar a colheita do Riesling, a meados de Setembro. O peso de polpa mais elevada leva algumas pessoas a acreditar que viticultores podem ser os grandes vencedores no cenário de mudanças climáticas. Mas isso poderia ser a conclusão errada. Porque os verões não são apenas mais quentes, mas também mais secos, com o de 2015 sendo um excelente exemplo. Vinhos DiferentesEste aumento de aridez significa stress adicional para as videiras, algo que pode ter efeitos prejudiciais, tanto de forma quantitativa como qualitativa. Se o Riesling é privado de água, com noites frias de seguida, podem perder-se os ácidos vitais da uva. Além disso, a maturação rápida das videiras faz a uva Riesling, para o qual região de Rheingau é famosa, mais vulneráveis ao ataque de fungos. A Associação de Rheingau Winegrowers diz que viticultores devem agora realizar mais rapidamente a vindima, do que antes por medo da podridão botrytis. "Nós simplesmente não sabemos o suficiente sobre como a mudança climática está a afectar as vinhas", diz Kammann. Uma coisa é certa, porém: dentro de algumas décadas, o vinho vai ter um gosto diferente. Fonte: Thomas Maier, dpa |
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