As pessoas estão a falar...
Com maior acessibilidade a informação sobre os vinhos do mundo, a pessoas estão a falar sobre vinho mais do que nunca e estão a chegar a um ponto onde já não se sentem intimidados por sommeliers, e arriscam-se a provar vinhos mais caros e complexos. Até se matriculam em cursos educativos sobre vinho, ou sobrescrevem a revistas, blogues ou newsletters da especialidade. Tudo isto potencia um mercado mais amplo de “leigos” com um interesse renovado no vinho. Tecnologia vinícola A tecnologia do vinho está ao rubro. "Mas uma app vinícola que só tira e partilha fotos de vinho já não é o suficiente ou novidade" diz Jennifer Simonetti-Bryan, uma mestre do vinho, que gere a equipa vinícola na empresa Wine Ring. Os utilizadores estão à espera de algo mais e os desenvolvedores estão-se a chegar à frente com ofertas mais evoluídas. Por isso esteja atento e preparado para ver alguns aplicativos mais avançados no próximo ano. A tecnologia também está a ser amplamente usada nas vinhas e no processo de produção. Como resultado, temos produtos de alta qualidade que atendem às crescentes exigências de rastreabilidade para consumidores cada vez mais preocupados com aspectos de saude e sustentabilidade. Espumante - já não é só ao Fim de Ano Não há passagem de ano sem espumante, e muitos apreciam uma mimosa pela manhã, mas cada vez mais o vinho espumante aparece à mesa. "O interesse e o consumo dos vinhos espumantes vai crescer," disse Greg Lambrecht, fundador e Presidente da Coravin, o instrumento mágico que lhe permite servir um copo de vinho sem tirar a rolha para abrir a garrafa. Por isso espera-se que mais vinicultores comece a produzi-lo. Tem uma taxa de álcool menor (tão ostensivamente que pode beber mais), combina com mais variadas comidas e as bolhinhas alegram quem o consume. E isto também incluí os vinhos rosé. "Vamos ver mais cor de rosa do que nunca este verão. Começamos a ver um rosé invernal", diz Gary Fisch, proprietário do Gary’s Wine & Marketplace em Nova Jersey. Mais opções de vinho ao copo Felizmente, começamos a ver cada vez mais opções de vinho ao copo, nos restaurantes e bares. E isso inclui lojas especializadas em vinhos. "Os retalhistas de produtos vinícolas vão aumentar as degustações e os programas prove-antes-de-comprar com os seus clientes para competir com as lojas de vinho on-line" sugere Lambrecht. É uma maneira de cativar e fiabilizar novos apreciadores a vinhos de valor acrescentado, que de outra forma - nomeadamente à garrafa - não seriam normalmente considerados. A importância dos "millennials" Um pouco como toda a gente, também o mundo dos vinhos está a tentar perceber qual a melhor forma de abordagem aos millennials, os jóvens da geração pós-milénio que já começam a demonstrar algum interesse no consumo de vinho. Com esta nova realidade demográfica, alguns produtores estão confusos. “Os Boomers e Gen-Xers querem exclusividade e acesso a vinhos de difícil acesso. Mas os millennials não têm qualquer compromisso com marcas. Procuram apenas valor e algo para desfrutar.” Afirma Fisch. E os rótulos apelativos também ajudam. É então de esperar muita experimentação ao nível dos vinhos e do marketing enquanto os produtores de vinhos testam diferentes abordagens para cativar este segmento em crescimento, e ao mesmo tempo ganhando conhecimento sobre os novos hábitos e gostos de consumo deles. Tudo menos Napa e Bordéus Os investidores de vinhos estão a ficar fartos do preço inflacionado dos vinhos de Napa e de Bordéus, aponta Colangelo. “Olhemos então para o exemplo dos vinhos italianos – como Brunello, Barolo e Toscanos – um exemplo que permite realizar um investimento acessível dominante.” E a par disso, mesmo quem não investe nos vinhos, mas procura valor máximo como consumidor, procurará valor noutros países. Consideremos o caso de Portugal. “Com mais de 250 variedades de uva, muitas das quais nativas de Portugal, os vinhos de Portugal começam a atrair alguma atenção merecida.” Afirma Fisch. Menos Álcool, mais Terroir Por variadas razões os consumidores, em particular os mais novos, procuram vinhos com um grau alcoólico reduzido - sem descourar no bouquet, estrutura e mais importante o sabor. A outra tendência é a procura por vinhos “de autor” e de vinhos que apresentam características únicas, atribuídas à região de proveniência, o dito “Terroir”. A importância da Narrativa “As pessoas vão estar mais interessadas do que nunca nos antecedentes e narrativa do vinho que bebem: quem o produziu, se é orgânico, biodinâmico, etc.” Declara Doug Paul, proprietário da Vinha e Adega Three Sisters no estado Americano da Geórgia. Como sempre, as pessoas interessam-se tanto pelo produto como pela historia associada ao produto - os produtores têm de encontrar características únicas para fazer destacar os seus vinhos num mercado cada vez competitivo. E isso inclui os rótulos do vinho. Os consumidores querem saber tudo. Desde os ingredientes até ao processo de produção, por isso é de esperar que comecemos a ver mais pormenores nesse contra-rótulo, bem como a integração de realidade aumentada através da colocação de códigos QR por exemplo. Todas estas tendências constituem desafios acrescentados para os produtores mas também oferecem a oportunidade de uma maior aproximação aos apreciadores de vinho. Como tal, prepare-se para um ano fenomenal. Fonte: Wine Inteligence Comments are closed.
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