Os coleccionadores de vinhos finos e as casas de leilão estão hoje em dia em alerta máximo para detectar vinhos falsificados, depois de uma série de casos de alto perfil de vinho falsificado. Mas que tal o comprador de vinho no supermercado? Segundo estudos e sondagens, hoje em dia, mesmo vinhos de €10 estão a ser alvos de contrafação e tais garrafas podem ser encontradas em muitas prateleiras de lojas e supermercados. "Há inúmeras histórias de o que está na garrafa não ser o mesmo que alegou no rótulo", diz Nick Bartman, diretor da Intellectual Protection Property Co. em Hong Kong. "Um falso Louis Jadot foi encontrado em supermercados respeitáveis, tal como a marca Jacobs Creek e muitos outros, que não são exactamente a escolha de vinho dos bilionários." Entre as vítimas mais recentes foram Brad Pitt e Angelina Jolie. Falsificadores chineses vendiam garrafas falsificadas de seu Rosé de Provence, com um PVP de €25. Em resposta, o casal adotou algumas medidas anti-falsificação utilizados por alguns dos produtores mais conceituados em França, incluindo gravando uma marca única na base das garrafas. Bartman, que se tornou por acaso um detetive de vinho há vários anos, enquanto participava numa feira de vinhos em Hong Kong e descobriu dezenas de marcas falsificadas. Explica que o que está na garrafa pode não ser o que está no rótulo; "Tem havido um grande número de exemplos de vinho de uma região de vinhos de nível inferior a ser transportados e engarrafados em massa numa região de nível superior". Por exemplo, a associação comercial de vinho Brunello di Montalcino ajudou as autoridades colocar a pôr fim - pelo menos temporariamente - a um grupo de produtores que fizeram enormes quantidades de vinhos de baixa qualidade e rotulou-os em Brunello. As autoridades fiscais italianas apreenderam 160 milhões de litros - ou seja, 220,600 garrafas e estimaram que os falsificadores tinham produzido suficiente vinho contrafeito entre 2011 e 2013, que vendido a cerca de €40 a garrafa, terão rendido aos autores pelo menos €350.000 em lucro indevido. Mesmo para o humilde Pinot Grigio, que vende por cerca de €6 por garrafa, há uma abundância de vinho generico, pronto a engarrafar sob essa sigla. "Em 2007, a indústria do vinho europeu concordou que havia provavelmente um excedente de mais de 30 por cento de Pinot Grigio no mercado do que aquele produzido na região demarcada", diz Bartman. Será a contrafacção particularmente rentável no caso do vinho barato? O Professor Karl Storchmann, da Universidade de Nova Iorque, editor do Journal of the American Association of Wine Economists, explica que a contrafacção de apenas algumas garrafas de topo irá proporcionar uma percentagem de lucro maior, mas Storchmann pensa que o mercado secundário tem, em muitos casos, já contemplado a possibilidade contrafacção na estrutura de preços. "Podem-se ver algumas garrafas de certas vindimas que estão a ser vendidos por preços muito mais baixos do que os outros", disse ele. "Este é um sinal de que o mercado sabe que existem vinhos falsos a circular." Como o mercado de vinhos finos torna-se cada vez mais bem informado e protegido contra a falsificação, pode ser mais fácil para atingir a extremidade inferior do mercado, e aqueles com pouco conhecimento do vinho, observa Bartman. "Os falsificadores estão bem posicionados para agir no mercado do vinho do dia-a-dia, e em vender em volume a clientes menos experientes, algo que pressupõe menos risco do que mexer com pequenos volumes de vinhos topo de gama. É assim que o mercado está agora ", diz ele. Uma pesquisa do eBay revela que garrafas vazias de vinhos finos são facilmente acessíveis. No entanto, ainda é muito atraente para tentar fazer um lucro rápido de apenas algumas garrafas. "Podem-se obter garrafas vazias de Lafite, Latour, Haut Brion, aquilo que desejar, no eBay. Pequise um Lafitte vazio no EBay Alemanha ou França, e verá ", diz Storchmann. E parece não ser muito difícil de falsificar o conteúdo, de acordo com Andrew Waterhouse, um "químico do vinho" na Universidade da Califórnia, em Davis. "É relativamente fácil falsificar mesmo os vinhos célebres", diz Waterhouse. "Se está a comprar vinhos em leilão, por exemplo, por milhares de dólares, você não têm normalmente qualquer análise qualitativa sobre estes vinhos", diz ele. Usando uma garrafa de La Tâche 2000 como um exemplo, ele observou que, sem qualquer tipo de análise aprofundada tudo que o falsificador se tem que preocupar é se o gosto é mais ou menos o que alguém poderia esperar um La Tâche 2000. "Alguns clientes estão, possivelmente, familiarizados com um La Tâche 2000, mas a €2000 por garrafa, não muitos. Mesmo os bilionários não bebem-no todas as noites. E existe a variação natural de uma colheita para outra. Desde que seja próximo do sabor expectável, então provavelmente é o suficiente ", diz ele. As pessoas estão a falar...
Com maior acessibilidade a informação sobre os vinhos do mundo, a pessoas estão a falar sobre vinho mais do que nunca e estão a chegar a um ponto onde já não se sentem intimidados por sommeliers, e arriscam-se a provar vinhos mais caros e complexos. Até se matriculam em cursos educativos sobre vinho, ou sobrescrevem a revistas, blogues ou newsletters da especialidade. Tudo isto potencia um mercado mais amplo de “leigos” com um interesse renovado no vinho. Tecnologia vinícola A tecnologia do vinho está ao rubro. "Mas uma app vinícola que só tira e partilha fotos de vinho já não é o suficiente ou novidade" diz Jennifer Simonetti-Bryan, uma mestre do vinho, que gere a equipa vinícola na empresa Wine Ring. Os utilizadores estão à espera de algo mais e os desenvolvedores estão-se a chegar à frente com ofertas mais evoluídas. Por isso esteja atento e preparado para ver alguns aplicativos mais avançados no próximo ano. A tecnologia também está a ser amplamente usada nas vinhas e no processo de produção. Como resultado, temos produtos de alta qualidade que atendem às crescentes exigências de rastreabilidade para consumidores cada vez mais preocupados com aspectos de saude e sustentabilidade. Espumante - já não é só ao Fim de Ano Não há passagem de ano sem espumante, e muitos apreciam uma mimosa pela manhã, mas cada vez mais o vinho espumante aparece à mesa. "O interesse e o consumo dos vinhos espumantes vai crescer," disse Greg Lambrecht, fundador e Presidente da Coravin, o instrumento mágico que lhe permite servir um copo de vinho sem tirar a rolha para abrir a garrafa. Por isso espera-se que mais vinicultores comece a produzi-lo. Tem uma taxa de álcool menor (tão ostensivamente que pode beber mais), combina com mais variadas comidas e as bolhinhas alegram quem o consume. E isto também incluí os vinhos rosé. "Vamos ver mais cor de rosa do que nunca este verão. Começamos a ver um rosé invernal", diz Gary Fisch, proprietário do Gary’s Wine & Marketplace em Nova Jersey. Mais opções de vinho ao copo Felizmente, começamos a ver cada vez mais opções de vinho ao copo, nos restaurantes e bares. E isso inclui lojas especializadas em vinhos. "Os retalhistas de produtos vinícolas vão aumentar as degustações e os programas prove-antes-de-comprar com os seus clientes para competir com as lojas de vinho on-line" sugere Lambrecht. É uma maneira de cativar e fiabilizar novos apreciadores a vinhos de valor acrescentado, que de outra forma - nomeadamente à garrafa - não seriam normalmente considerados. A importância dos "millennials" Um pouco como toda a gente, também o mundo dos vinhos está a tentar perceber qual a melhor forma de abordagem aos millennials, os jóvens da geração pós-milénio que já começam a demonstrar algum interesse no consumo de vinho. Com esta nova realidade demográfica, alguns produtores estão confusos. “Os Boomers e Gen-Xers querem exclusividade e acesso a vinhos de difícil acesso. Mas os millennials não têm qualquer compromisso com marcas. Procuram apenas valor e algo para desfrutar.” Afirma Fisch. E os rótulos apelativos também ajudam. É então de esperar muita experimentação ao nível dos vinhos e do marketing enquanto os produtores de vinhos testam diferentes abordagens para cativar este segmento em crescimento, e ao mesmo tempo ganhando conhecimento sobre os novos hábitos e gostos de consumo deles. Tudo menos Napa e Bordéus Os investidores de vinhos estão a ficar fartos do preço inflacionado dos vinhos de Napa e de Bordéus, aponta Colangelo. “Olhemos então para o exemplo dos vinhos italianos – como Brunello, Barolo e Toscanos – um exemplo que permite realizar um investimento acessível dominante.” E a par disso, mesmo quem não investe nos vinhos, mas procura valor máximo como consumidor, procurará valor noutros países. Consideremos o caso de Portugal. “Com mais de 250 variedades de uva, muitas das quais nativas de Portugal, os vinhos de Portugal começam a atrair alguma atenção merecida.” Afirma Fisch. Menos Álcool, mais Terroir Por variadas razões os consumidores, em particular os mais novos, procuram vinhos com um grau alcoólico reduzido - sem descourar no bouquet, estrutura e mais importante o sabor. A outra tendência é a procura por vinhos “de autor” e de vinhos que apresentam características únicas, atribuídas à região de proveniência, o dito “Terroir”. A importância da Narrativa “As pessoas vão estar mais interessadas do que nunca nos antecedentes e narrativa do vinho que bebem: quem o produziu, se é orgânico, biodinâmico, etc.” Declara Doug Paul, proprietário da Vinha e Adega Three Sisters no estado Americano da Geórgia. Como sempre, as pessoas interessam-se tanto pelo produto como pela historia associada ao produto - os produtores têm de encontrar características únicas para fazer destacar os seus vinhos num mercado cada vez competitivo. E isso inclui os rótulos do vinho. Os consumidores querem saber tudo. Desde os ingredientes até ao processo de produção, por isso é de esperar que comecemos a ver mais pormenores nesse contra-rótulo, bem como a integração de realidade aumentada através da colocação de códigos QR por exemplo. Todas estas tendências constituem desafios acrescentados para os produtores mas também oferecem a oportunidade de uma maior aproximação aos apreciadores de vinho. Como tal, prepare-se para um ano fenomenal. Fonte: Wine Inteligence Existem actualmente cerca de 93 milhões de consumidores de vinho regulares nos EUA - ou cerca de 40% da população adulta - afirma a empresa de pesquisa Wine Intelligence, mas esse número deverá crescer para 109 milhões, ou 44% de todos os adultos, em 2025.
O relatório foca na geração de jovens consumidores de vinho de hoje - designada de 'Millennial' e na próxima geração, os consumidores 'Next-Gen' nascidos a partir de 1995. Os mais velhos desse grupo estão prestes a chegar à idade legal para beber e assim farão diz a Wine Intelligence. De acordo com essa mesma fonte, este grupo etário irá desempenhar um papel cada vez mais importante no mercado do vinho ao longo dos próximos 10 anos, com cerca de 22.7m consumidores 'Next-Gen' a beber vinho regularmente em 2025. Eles compartilham a ambição e conhecimento técnico dos Millennials mas parece provável que sejam mais empreendedores e orientados pelo dinheiro, e ao mesmo tempo menos aventureiros - com 60% dos entrevistados a preferirem um produto ao invés de uma experiência, em comparação com 44% dos Millennials. Cerca de 57% dos 'Next-Gens' estão interessados em aprender mais sobre o vinho quando tiverem idade suficiente para beber, acrescenta o relatório. "Goste-se ou não, a sorte da indústria mundial do vinho aparenta estar indelevelmente ligada ao comportamento do consumidor americano durante a próxima década", disse Richard Halstead, porta-voz da Wine Intelligence. "Os EUA são globalmente o mercado mais importante para o vinho, e o nosso relatório mostra que as mudanças demograficas e culturais apontam para que seja consolidada esta crescente importancia para os produtores de vinho nos próximos anos." Fonte: Wine Intelligence O recurso à internet e às redes de média social como como fonte de informação sobre o vinho têm aumentado dramaticamente nos últimos anos. No entanto, de acordo com a Wine Inteligence, apenas 11% usam essas mesmas plataformas online para comprar vinho. Enquanto 58,5 milhões de consumidores de vinho regulares dizem pesquisar o vinho online, menos de 10 milhões de facto efectuam comprar pela internet.
A Wine Inteligence disse que os dados sugerem que muitos compradores de vinho ainda não estão convencidos que a internet ofereça maior valor ou comodidade que entrar numa loja. Uma em três pessoas usa a internet para pesquisar preços, e 38% usam as redes sociais para manterem-se atualizadas com descontos e promoções. O uso das redes sociais tem aumentado, mas apenas 30% dos utilizadores confiam nas mensagens em sites de média social contra 83% para o conselho de amigos, familiares ou colegas, e 76% para a informação dada pelo pessoal das lojas especializadas. De acordo com a Wine Inteligence, o número de consumidores de vinho que compram regularmente online nos EUA subiu de 5% para 11% desde 2011, e parece existir potencial para crescimento. O uso das redes sociais para descobrir sobre todos os aspectos do vinho tem aumentado rapidamente e há pouca razão a acreditar que ele vai abrandar. As ligações entre a média social e as lojas online vai ajudar a impulsionar ainda mais o crescimento do comércio electrónico nos próximos anos. Embora possa não valer a pena gerir um ponto de revenda online, está claro que os produtores devem marcar uma forte presença nos meios de comunicação digitais para manterem-se sempre na mente dos potenciais consumidores. Fonte: Harpers.co.uk Portugal tem vindo a bater recordes sucessivos nas exportações de vinhos, desde que, em 2012, ultrapassou a mítica barreira dos 700 milhões de euros. No ano seguinte foram praticamente 720 milhões e em 2014 atingimos quase os 730 milhões de euros. Mais importante, este crescimento dá-se, em simultâneo, com a redução das exportações em volume. O preço médio de exportação dos vinhos portugueses foi de 2,55 euros por litro, mais do dobro do espanhol e acima do italiano. O que significa que estamos a saber valorizar melhor os nossos vinhos. Basta ter em conta que, em 2014, Portugal foi o 9.º maior exportador mundial de vinho, mas teve o quarto maior preço médio de exportação, com 2,55 euros por litro. Melhor, só a França, a Nova Zelândia e os EUA. A Itália, apesar de ser o segundo maior exportador de vinho, é o quinto no que ao preço médio diz respeito, com apenas 2,50 euros por litro. Fonte: Dinheirovivo.pt |
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